O movimento adoptado pelas construtoras automóveis de criar pequenos motores com alimentação forçada para substituir motores de maior cilindrada poderá estar a dar as últimas cartadas. Isto porque estão a  chegar às mesmas conclusões que a maioria das pessoas já tinham chegado: Os ganhos na economia de combustível e de emissões destes pequenos motores, são mínimos e muitas vezes inexistentes.

O problema para muitos está no teste NEDC (New European Driving Cycle), que é usado para medir os consumos e as emissões automóveis.  O mesmo tem estado a ser criticado por detrás dos bastidores por não reflectir os consumos reais dos automóveis e a fazer apenas com que os fabricantes automóveis arranjem técnicas para passar os testes com consumos impraticáveis no mundo real, o que resulta em emissões muito mais baixas do que as reais. Devido a esta situação vai ser lançado um novo teste europeu para medir os consumos dos motores, que tem como objectivo reduzir as diferenças entre os valores anunciados e os valores no mundo real.

Um exemplo do problema em mãos é o motor usado no Clio, o 0.9 TCe. Este para não sobreaquecer em andamentos mais animados, está programado para injectar combustível extra para dentro dos cilindros, resultando em consumos e emissões mais altas do que o anunciado.

Para nós, consumidores, o resultado desta situação vai ser futuramente uma factura mais cara no acto da compra do automóvel, pois para as construtoras conseguirem cumprir as normas europeias de emissões que aí vêm vão se ver forçadas a procurar soluções que muito provavelmente passam pela electrificação total ou parcial (através de híbridos) das suas ofertas. Assim, nas ofertas mais desportivas o modelo a seguir por todas construtoras será o da Porsche com o 918 Spyder, em vez do modelo da Ferrari com o F12tdf.
Será uma coisa boa? Logo o tempo o dirá.

De acordo com as declarações do Alain Raposo à Reuters, o responsável pelos conjuntos propulsores na aliança Renault-Nissan, disse que as técnicas até agora usadas pelo grupo para reduzir as emissões dos seus motores que passavam pela redução da cilindrada e de cilindros, já não chegam para passar os testes de emissões, acrescentando ainda que o limite do downsizing está muito perto.

Provas disso são os novos lançamentos da construtora francesa e da VW. A Renault vai lançar um novo motor com uma cilindrada mais perto dos 1800 para substituir o seu 1600 com 3 anos de existência, enquanto que a VW vai trocar os seus motores diesel 1.4 de três cilindros por um de 4 cilindros com 1600 centrimetros cúbicos.

Quase ninguém se pronuncia sobre os seus planos para os sistemas propulsores que vão usar no futuro, isto porque também ninguém sabe como resolver o problema que têm em frente. Muito tempo e dinheiro foi investido para chegarmos aos motores que agora temos, sendo que quase todas as marcas apostaram no downsizing dos seus motores. Estas novidades fazem com que se tenha de dar uma volta de 180 graus na filosofia usada até agora e força as construtoras a investir ainda mais dinheiro para encontrar uma nova solução para os problemas.

Fonte: CarThrottle