Cavalos ou binário… é um tema que acende muitas paixões entre entusiastas automóveis. Uns dizem “o meu carro tem mais cavalos e por isso é melhor”. Outros dizem “o  meu carro é melhor pois tem mais binário”. Então quem tem razão? A verdade é que depende. Neste artigo vamos explicar o que a potência e binário são, e explicar-lhe a utilidade de cada um.

Potência

Primeiro, o que é a potência? Potência é o que faz o carro chegar à sua velocidade máxima. É a medida de repetição de trabalho que o motor consegue executar por cada unidade de tempo. Isto é, quanto mais rapidamente um motor consegue gerar uma rotação, mais potente ele é. Daí todos os carros rápidos, possuirem motores potentes. As unidades para medida estas grandezas físicas são o kW e Cavalo.

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Binário

Binário, é o que faz por as rodas em movimento. É a força rotacional que o motor gera para por o carro a mover-se. Por outras palavras, é a medida de trabalho feita pelo motor.  Se um motor consegue gerar muita força, consegue puxar muito peso. Por isso, é que os camiões têm motores a diesel, capazes de produzir grandes quantidades de binário. As unidades de medida usadas para fazer as medições de binário são Nm/Kg-m/lb-ft.

Então como se relaciona a potência com o binário?

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Dita a formula matemática: Potência (CV) = (Rotações (RPM) * Binário (lb/ft)) / 5252.

(Se quiser experimentar esta formula, a unidade de potência a usar é o cavalo e para o binário deve usar o Libra-Pés(lb/ft))

Então o que esta formula quer dizer? Quer dizer que o binário será sempre maior do que a potência até as 5252 rotações por minuto. A partir daí a cavalagem será maior do que o binário. Isto é uma das razões pelas quais motores capazes de atingir altas rotações (>5252 RPM) têm uma potência maior do que aqueles que são menos rotativos.

Então o que é mais importante, cavalos ou binário?

A resposta é, ambos. No entanto, a importância deles pode tender mais para um do que para o outro, consoante o cenário em que se inserem.

Por exemplo, se viver num sitio com bastantes inclinações e grandes gradientes, e precisa de um veículo capaz de puxar grandes quantidades de peso, um carro com um grande binário é o ideal. Outra coisa em ter em consideração, são as rotações com que o motor produz a sua força máxima.

Veículos cuja força máxima seja obtida em altas rotações, têm uma economia de combustível inferior àqueles que conseguem produzir a força máxima a rotações inferiores. Por isso, é importante um bom escalonamento das velocidades, visto que caixas muito curtas permitem grandes quantidades de força mas pouca velocidade, enquanto que em caixas longas acontece o inverso. Encontrar um bom ponto central, é importante para que uma pessoa fique satisfeita com a performance.

Num cenário em que quiser andar de semáforo em semáforo sempre em primeiro lugar, deve optar por um carro diesel, com uma caixa bem escalonada (um Audi A3 TDi chega aos 50 km/h em 2.5 segundos, o que é bastante perto de um Porsche 911 Carrera 4S que atinge a mesma marca em 1.5segundos).

Um outro cenário é querer um carro rápido. Neste caso, pode optar por um motor a gasolina ou a diesel, dependendo do seu gosto e da sua carteira. No entanto, em ambos os casos deverá procurar um que tenha muita potência. Aqui a potência é mais importante, porque lhe vai estabelecer a velocidade máxima.

Mas se no entanto quiser um carro que é eficiente e fácil de conduzir na cidade, deve escolher um carro que tenha um grande binário a baixas rotações. Isto é importante para evitar estar constantemente a mudar de velocidade.

Isto são alguns exemplos de situações da vida real onde tentamos mostrar que não existe uma solução universal para todos. Escalonamento da caixa de velocidades e o tipo de motor são elementos que têm que ser ajustados a cada situação, sendo que acaba tudo por ser uma questão de necessidade e de gosto.