Os impostos no sector automóvel não são populares em nenhuma parte do mundo, no entanto, estes são a maior fonte de receita que os governos podem ter. No sector automóvel, infelizmente, a palavra “impostos” é bastante comum e acaba por ter um peso bastante significativo, no momento de comprar um carro, quer seja ele novo, usado ou importado.

Logo atrás da habitação, os veículos representam o segundo maior investimento das famílias e por isso mesmo, a parte tributária merece um olhar mais atento. Olhando para a União Europeia e analisando alguns dados fornecidos pela associação de fabricantes europeus (ACEA), descobrimos com alguma surpresa, que Portugal está de facto, no grupo de países, onde cada cidadão menos contribui em impostos por ano (1290€), relativos à aquisição e encargos com viaturas.

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O país que lidera esta lista é a Bélgica, onde os seus cidadãos gastam em média 2.892€ por ano, com a Finlândia a se seguir na lista com 2.723€, a Irlanda a fecha o pódio com 2.438€. Países como Hungria, Croácia ou as Repúblicas Bálticas estão excluídos desta comparação devido à falta de dados. 

Estes dados são meramente indicativos, pois para realizar uma análise mais detalhada e conseguir obter alguma conclusão acerca do peso dos impostos no orçamento anual de cada cidadão no seu respectivo país, devemos relacionar estes dados com o poder de compra e rendimento médio de cada país.

Os números relativos ao nosso país devem-se a vários motivos, o principal, começa na falta de poder de compra, o que leva a que o número de vendas de veículos novos, seja mais baixo do que na maior parte dos países da Europa. Mas se compararmos este valor com o de outros países onde existem efectivamente mais vendas e uma taxa de IVA mais baixa, como vamos ver a seguir, o valor pago pelos portugueses não se encontra assim tão abaixo, sendo apenas superado pela Grécia e por Espanha, o que representa um encargo anual bastante alto, tendo em conta o rendimento médio do nosso país.

Outros dados interessantes são os relativos à taxa de IVA aplicada ao preço dos automóveis, e aqui Portugal é um dos países onde a taxa é mais alta e onde os rendimentos são mais baixos. Neste campo, a Hungria é a mais cara cobrando 27% de IVA, superando assim a Croácia, Dinamarca e Suécia, onde a taxa é de 25%. Portugal com 23%, fica logo atrás da Finlândia e da Grécia, onde a taxa se fixa nos 24%. 

Curiosamente, países onde o rendimento médio é mais alto, são também aqueles que menos impostos cobram. Países como Luxemburgo (17%), Malta (18%) e Alemanha (19%), lideram a lista de países onde a taxa de IVA é mais baixa.