Nos últimos anos, a palavra de ordem é “electrificar”, com as restrições impostas pela UE, todas as marcas terão que deixar de vender carros com motores a combustão até 2030, com vista a reduzir as emissões de carbono e a conseguirmos a neutralidade carbónica em 2050.

No entanto, parecem existir carda vez mais críticos acerca desta abordagem e acerca da sua real eficiência, para tingir o objectivo final. Um dos mais críticos, é o CEO da Toyota Motor Corporation, Akio Toyoda, pois ele acredita que esta medida pouco fará para reduzir as emissões, pois vão continuar a existir milhões de carros equipados com motor a combustão.

Por isso mesmo, a solução da Toyota passa por converter os veículos já existentes, para soluções de propulsão neutra em carbono, quer seja esta transição feita pela instalação de motores elétricos ou por via da instalação de um motor a hidrogénio.

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No Tokyo Auto Salon, a marca japonesa passou da teoria para a prática e apresentou dois AE86 Concepts, onde um era totalmente eléctrico, enquanto o outro era movido a hidrogénio.

Decorados com a irónica carroceria preta e branca, o AE86 H2 Concept movido a hidrogénio, foi equipado com dois depósitos de armazenamento provenientes de um Mirai, que foram colocados na bagageira. Já o motor de quatro cilindros 4A-GE, foi modificado com injetores novos, tubos de combustível e velas de ignição capazes de atender às especificações do sistema de combustão de hidrogénio.

O Toyota AE86 BEV Concept, por outro lado, usava um motor eléctrico proveniente de um modelo híbrido, uma bateria de um Prius híbrido plug-in e componentes de outros modelos Toyota e Lexus. Mas a parte mais surpreendente, foi o facto de vir equipado com uma transmissão manual.

Os dois concept cars mostram que a visão de Toyoda pode ser realizada, embora a Toyota admita que falar sobre este tema, é apenas o primeiro passo em um longo processo de desenvolvimento.

“Muitas montadoras visam uma mudança de 100% para os VEs com bateria, entre 2030 e 2040… Mas a realidade é que não podemos alcançar a neutralidade carbónica até 2050 simplesmente transferindo todas as vendas de carros novos para VEs… É importante fornecer opções para os carros que já possuímos.”

Akio Toyoda

Do ponto de vista ambiental, esta pode ser uma solução interessante, pois existe um re-aproveitamento do parque automóvel já existente. O que não obrigaria a termos que renovar todo um parque automóvel, esta reabilitação para além de re-utilizar material já existente, iria certamente ser mais barata, do que a aquisição de um novo veículo.