As regulamentações Euro 7, estão previstas para iniciar em 2025, mas há uma crescente oposição às regras rigorosas que poderiam levar ao seu adiamento ou revisão. Desta vez, não são grupos de pressão específicos ou fabricantes de automóveis que levantam preocupações, mas uma parte considerável dos países da União Europeia, que acredita que os limites são irrealistas.

Neste caso, uma parte considerável significa oito países, representando quase um terço dos 27 membros da UE. A Reuters relata que França, Itália, Romênia, Bulgária, Polônia, Hungria, Eslováquia e República Checa assinaram um documento conjunto opondo-se a “quaisquer novas regras de emissão de escape”, bem como a novos requisitos de testes para carros e veículos comerciais. A carta foi enviada a outros países da UE, e pode não ser apenas um gesto simbólico. De acordo com a Reuters, esses oito países teriam poder de voto suficiente para bloquear a proposta.

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Esta não é a primeira vez que ouvimos oposição às futuras regras que tornariam as regulamentações já rigorosas ainda mais restritivas. Em fevereiro, o CEO da Stellantis, Carlos Tavares, afirmou categoricamente que considerava as regulamentações para motores de combustão interna “inúteis” e teriam um impacto negativo na indústria, sem fazer diferença para o meio ambiente. O seu argumento também afirmou que seria custoso para os fabricantes de automóveis, desviando fundos do desenvolvimento de veículos de emissão zero para novos motores, que estarão disponíveis apenas por alguns anos. Isso levaria a preços mais altos para os veículos com motor de combustão interna, colocando um fardo extra sobre os compradores.

A Volkswagen apresentou um argumento semelhante contra as normas Euro 7 há pouco mais de dois meses. O CEO da VW Passenger Cars, Thomas Schafer, destacou a transição para a electrificação, com a grande maioria da nova produção da VW programada para ser elétrica até 2030. Isso deixaria apenas que estes novos motores redesenhados, tivessem um tempo de vida demasiado curto, para que se tornassem lucrativos a curto prazo. Isso poderia elevar os preços de carros mais pequenos como é o caso do VW Polo ou Skoda Fabia, a um ponto em que os compradores não os possam pagar.

A proibição completa de motores de combustão interna que está prevista para a Europa em 2035, também não está isenta de controvérsia. A Alemanha liderou outro grupo de países – muitos incluídos neste último grupo – que se opõem à proibição. Essa acção levou a União Europeia a investigar mais profundamente o campo dos combustíveis sintéticos, possivelmente permitindo que novos motores de combustão continuem além de 2035.