Se pensarmos num BMW Série 5 com 10 cilindros, o primeiro carro que nos vem à mente é o M5 da E60. Mas aparentemente, há um Série 5 de 10 cilindros mais antigo, e a razão para a sua existência pode ser a chave para lembrar um motor há muito esquecido, que nunca passou da fase de protótipo.

Não só poderá ser um dos poucos casos de colaboração entre a BMW e a VW, por mais clandestina que esta possa ter sido, mas serve também para lembrar de que ainda existem alguns protótipos secretos que estão a ser descobertos décadas depois.

A Volkswagen era conhecida pelos seus motores “W” pouco convencionais, com as unidades W8, W12 e W16, sendo esta última a base da Bugatti. Mas houve outra criação “W” que nunca chegou a produção, o W10.

Enquanto o motor W12 foi criado ao juntar dois motores VR6, o W10 foi concebido como uma alternativa mais pequena, utilizando dois motores VR5 fundidos juntos. O VR5 teve uma vida curta, disponibilizado apenas em alguns produtos e mercados da Volkswagen, no entanto, oferecia uma respeitável potência de 168 cv e 219nm de binário para a sua cilindrada de 2,3 litros. Se o W10 tivesse chegado à produção, quase certamente teria sido usado no VW Phaeton, que acabou por recorrer aos motores V8 e W12.

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Mas dado que o W10 nunca foi anunciado oficialmente, como é que acabou num BMW M5?

Acontece que Ferdinand Piëch, presidente e CEO da VW na altura (e fã devoto do motor W), encomendou a ousada troca de motores. O chassi do E39 M5 foi escolhido porque a Volkswagen não tinha nada comparável para ser usado como banco de testes. Alegadamente, Piëch gostou tanto da troca, que chegou mesmo a usar este BMW M5 com motor W10 como seu veículo pessoal.

O carro está agora à venda, pela mão da equipa de corridas GDM Motors. O carro é listado com 500 cv e 550 Nm de binário. O que representa um aumento de 25% na potência em relação ao E39 M5 normal, assim como mais 10% de binário.

Olhando para as imagens, o compartimento do motor parece imaculado, com tubos, fios e linhas de combustível todas arrumadas, dando credibilidade à afirmação de que isto era muito mais do que uma transformação caseira tosca. Com um motor como o W10, que nunca foi oficialmente lançado, faz todo o sentido que esta tenha sido de facto um carro de testes da Volkswagen.