O Partido Socialista propôs uma retificação no Orçamento do Estado, abandonando a ideia inicial de aumentar o Imposto Único de Circulação (IUC) para veículos vendidos até 2007. O PS justificou essa revisão com a alegação de que o carro é uma necessidade crucial, especialmente fora das áreas urbanas, e destacou a falta de recursos financeiros dos cidadãos para adquirir veículos mais recentes.

Esta proposta de alteração, uma das quase 100 medidas apresentadas pelo PS, foi justificada como uma questão de “justiça social e proteção dos cidadãos com maior vulnerabilidade económica”. Os socialistas reconheceram os argumentos da oposição após inicialmente apoiarem o aumento, que tinha sido defendido pelo governo, limitando o impacto no rendimento a um máximo de 25 euros anuais.

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Os socialistas salientaram a importância dos veículos ligeiros como principal meio de deslocação, especialmente em áreas menos urbanizadas com oferta limitada de transportes públicos. Argumentaram que, em muitos casos, o carro é uma necessidade absoluta, e muitos cidadãos não têm os meios financeiros para substituir os seus veículos mais antigos, por modelos mais recentes.

Anteriormente, o ministro do Ambiente e Acção Climática, Duarte Cordeiro, havia defendido o aumento do IUC para carros mais antigos, enfatizando que nenhuma camada da população deveria ficar isenta desse imposto. Estas declarações aconteceram na passada segunda-feira, depois de a proposta ter enfrentado diversas críticas, incluindo uma petição com mais de 400 mil assinaturas pedindo sua eliminação e diversas manifestações um pouco por todo o país.

A retificação proposta pelos socialistas ocorre a meio de uma crise política, com eleições antecipadas marcadas para 10 de março. Antes da demissão do primeiro-ministro, o governo defendia o aumento do IUC em nome da transição energética e alegava que o Orçamento do Estado promoveria a recuperação económica, permitindo suportar o custo adicional do aumento gradual do imposto ao longo dos anos. A proposta original geraria uma receita adicional de 84 milhões de euros e incluía incentivos ao abate de automóveis antigos na compra de novos.